sexta-feira, 30 de março de 2018

NÃO QUERIA SER HUMANA


Ontem, terminei a leitura de um livro que já vinha adiando faz tempo, “A menina que roubava livros”, de Markus Zusak. Há algum tempo tenho pensado muito sobre os seres humanos, mais especificamente, o que os seres humanos têm de bom, e não chegava a lugar algum, uma vez que a cada ponto positivo, ao comparar com outra espécie, não significava muita coisa, já que em relação a outras espécies, é quase imperceptível.

 Esse livro, particularmente, me fez pensar ainda mais sobre essa questão, e cheguei a uma conclusão: não queria ser humana.

Não queria ser humana quando vejo um pai abandonar um filho; não queria ser humana quando vejo um filho matar um pai; não queria ser humana quando vejo uma pessoa sendo preconceituosa com outra; não queria ser humana quando vejo pouquíssimas pessoas com interesses absurdos provocarem uma guerra, derramarem o sangue de inocentes e não terem o menor peso na consciência por isso; não queria ser humana quando vejo que o ser humano é o que menos pensa, menos ama, menos respeita, menos tolera. Falo isso não achando que nunca fiz nada disso ou, pelo menos, algo semelhante, até por que, segundo Rousseau, “O ser humano nasce bom, e a sociedade o corrompe”. 

O único problema é que essa sociedade é composta por seres humanos.

A imagem pode conter: Lucrécia Dias, sorrindo, selfie e close-up
Lucrécia Dias