Acho que não é mais
nenhuma novidade detectar que as redes sociais, hoje, movem as pessoas a
fazerem coisas que, muito provavelmente, não fariam se não existissem.
Nesse mundo maravilhoso,
todo mundo é feliz, todo mundo é amado, todo mundo tem dinheiro, entre todas as
coisas que fazem a vida de uma pessoa “valer apena”. Assim, acabam fazendo com
o que o seu mundo pareça insignificante e/ou tudo que tem seja insuficiente
diante de “tudo” dos outros.
Toda essa felicidade
alheia pode causar, e causa, um desprezo em relação a si e aos que o cerca. Ao
seguir uma pessoa que tem uma vida perfeita, com amigos perfeitos,
relacionamentos perfeitos e famílias perfeitas, o seguidor pode se sentir um
tanto que incapaz de ter/fazer todas essas coisas, apesar, de muitas vezes, tentar
publicar fotos ou status que mostram o contrário.
Há quem considere que todos
esses sentimentos causados pelas redes sociais sejam, de certa forma, um
incentivo para que o internauta passe a enxergar a vida “medíocre” que leva, e
assim, passe a investir mais o seu tempo e dinheiro em outras coisas, como viagens,
roupas, sapatos, amizades e relacionamentos, para que a sua vida passe a ser válida
de acordo com o padrão das redes. Há quem discorde. Há quem afirme que as redes
sociais são uma espécie de veneno altamente danoso que vai matando aos poucos o
que há de mais precioso, a vida. As experiências pessoais estão cada vez mais
escassas, sendo assim substituídas por experiências superficiais coletivas, nas
quais quem mais perde é quem publica.
Segue um questionamento
que fará você se posicionar em relação ao conteúdo do texto que acabara de ler:
e aí, a sua vida real é compatível com o que você posta?
Lucrécia Dias de Araújo Nunes