domingo, 20 de maio de 2018

A COBERTA E O TRAVESSEIRO


Quando se encontraram, se encantaram. 
Dois anos se passaram, e então se reencontraram em um velório e cumprimentam-se, mas ele estava de mãos dadas com uma namorada. O rosto dele denunciava o interesse. Ela, ficou decepcionada ao vê-lo acompanhado, pensou: “Queria que terminasse com ela”. 
Dizem que palavras têm poder, não sei, mas que os pensamentos têm, isso tem. 
De repente o celular vibra, uma solicitação de amizade, o perfil sem foto, ela não tinha costume aceitar pessoas que não conhecesse e muito menos responder um “oi” no BP. 
Conversaram durante meses, ficaram e começaram a namorar. 
Aos poucos, ele foi a conquistando. Simples, humilde, insistente, foi se apossando de seu coração. Quando ela se deu conta, não podia mais falar sobre ele com ninguém, sem que a lágrima de emoção insistisse em cair, sem que seu coração sentisse não fosse aguentar aquele tsunami de sensações difíceis de explicar, difíceis de sentir.
Casaram-se. 
Dinheiro nunca foi o problema, mas como diz o povo: “era a solução”. 
Tinham poucos bens: pratos, bacias, talheres. Tinham uma coberta, um travesseiro, presentes de casamento. O dinheiro que ele ganhava, com tanto esforço, mal dava para pagar as contas que tinham ficado pelo meio do caminho, mas feliz sentia-se quando chegava em casa, quando ela ia cozinhar e ele ia lavar a louça. 
O tempo passou, e com ele foram problemas, contas e outras coisas que eles nem lembram mais, pois nem percebiam que talvez estivesse passando por uma situação difícil, estavam preocupados em rir da forma como o outro dançava nas festas.
2 anos se passaram. 
Passaram em frente a uma loja de cama, mesa e banho. Viram na vitrine, dois travesseiros Ortobom, perceberam, instantaneamente, que só tinham uma coberta e um travesseiro. 
Comparam. 
Ela não gostou muito, pois achava que duas cobertas e dois travesseiros os distanciariam não só na cama, mas na vida. 
Os dias e as noite se passaram. 
Nada entre eles mudou. 
Conseguiram comprar coisas que desejavam a muito tempo, mas isso não tinha tanta importância. 
Em uma madrugada ela descobriu o motivo de não ter havido mudanças entre eles. Estavam, os dois, dormindo enrolados na mesma coberta, aquela, a antiga, e com a cabeça no mesmo travesseiro, aquele, o antigo. Ela se perguntou onde estava a outra coberta e o outro travesseiro. Olhou para o chão, lá estava. 
Tesouro, o gato, aproveitou a ocasião, estava dormindo com a cabeça no travesseiro e semienrolado pela coberta. 
Ela pensou: “Pelo menos serviu para alguma coisa”.


Lucrécia Dias de Araújo Nunes

quinta-feira, 3 de maio de 2018

O FANTÁSTICO UNIVERSO DAS MÚSICAS SERTANEJAS

Quem nunca ouviu uma letra de uma música qualquer e se identificou? Acredito que todo mundo já passou por isso algum dia. Atualmente, essa situação anda um tanto que invertida, dado que as letras das músicas não dizem respeito a realidade da pessoa, mas por algum motivo, que eu, sinceramente, não sei o que é, as mesmas querem viver essa situação de alguma forma.

A geração atual pouco está interpretando as letras musicais, uma prova disso são músicas como: "Lei do retorno" de Mc Don Juan, fazer tanto sucesso.

Há o preconceito que todas ou, pelo menos, a maioria das músicas sertanejas são românticas. Mas uma prova que as músicas não estão sendo interpretadas da forma como deveria.

No ano de 2017, uma das músicas mais tocadas no Brasil foi "Vidinha de Balada", de Henrique e Juliano, a qual, a letra fala sobre um rapaz que quer ficar com uma moça de qualquer forma, mesmo ela não querendo, ela irá ficar com ele. Conclusão: a música é extremamente MACHISTA. Porém, muitas mulheres cantam até hoje. Achando a situação retratada na música, uma verdadeira declaração de amor.

Eu queria descobrir qual é a magia que essas letras têm para fazer tanta gente cantar e dançar mesmo não fazendo a menor questão de esconder a sua letra absurdamente ridícula.

Será que algum dia as músicas verdadeiramente bonitas irão voltar a fazer sucesso ou a situação tende a piorar?